Fluires
A sucessão do tempo é uma condição
inexorável ao perpetuar da existência.
Todavia,
também é a seda que abraça a essência do sentir.
O tempo fluiu,
mas ainda hoje me renovaste o coração!
in √81 = IX ?
Rosto(s)
Os sentidos dentro do coração fazem as faces do vento.
Brisas de arrepios, lágrimas perdidas,
que tecem as memórias do tempo
partilhadas nas areias das praias antigas.
Somos desejo sem ser.
Livre,
espontâneo,
que corre para a consumação dos sonhos.
≈
Fátuo
Nasci
para viver no caos
humanamente ordenado.
Vã esperança,
tentar ordem na génese divina.
Não deixou de ouvir Beethoven?
Mas a harmonia não cessou
…
Amapolas
a inevitabilidade da crença deve conduzir ao rasgar da fé.
nada é perfeito, nada fica incólume após o toque humano.
e sente-se a raiz do choro,
cujo advento faz a proclamação do trilho terreno,
que alimenta a condição mortal.
nos momentos em que os halos vermelhos se erguem
para a redenção,
existência acontece pelo verter das lágrimas
que sucumbem às echarpes em luz solar.
talvez a ilusão seja uma necessidade?
mas, apenas o sonho é seguido,
apenas o sonho propícia a expiação.
ser ou dever ser,
é a constante do diálogo.
que produz as cores do horizonte.
… Nada Ser
Nada sou!
E contudo, sou.
Sou, porque tu és,
porque fazes com que seja.
Vamos dar asas ao desejo.
Explorar o lugar onde o tempo pára
ou atravessar a pálida névoa
no cosmos das águas tranquilas,
onde reside o verbo,
onde o espírito se aquece
e a alma se refresca.
Vamos dar asas ao desejo.
Mergulhar no impulso do inúmero
ou calcorrear as cascatas do céu
no infindo das terras sagradas,
onde tudo é harmonia,
onde se vê o incomensurável
e se sente o improvável.
Sim, vamos dar asas ao desejo!
Deixar que ele nos leve à génese do ser
e ser qualquer nudez na fluidez do nada.
Se nada sou
e mesmo assim sou,
deixa-me Nada permanecer
e contigo apenas Ser.
in Interlúdios da Certeza
Transfiguração
renova o todo que te faz.
sê o próprio furacão!
faz amor com as palavras,
funda a alma ao corpo
e beija com o coração em pureza.
é no turbilhão dos sentires
que todo o verbo se conjuga.
e o que é, ser-te-á retribuído
em amor e criação!
Ternura Azul
depois do fragor do ruído
a memória da conquista é breve.
sobra a espuma nas conchas
em momento de nudez
luar.
ondas lisas em prata
no silêncio do mar.
nesse sonho repousa o búzio,
em teu nome,
murmúrio.
I
árvore!
horizonte!
consciência!
profundo!
É nesse ondular que
se cruzam as múltiplas dimensões.
sopros caídos, acenos escritos.
É preciso chorar
é preciso chorar
para Deus sentir
e o homem amar!
inspirado em Dois Rios
Trialidade
em AMOR,
o nós é fundido pelo eu / tu.
aqui nasce a trindade da coexistência que para ser Una,
deve respeitar a individualidade na Trialidade.
o amor é uma singularidade triangular.
e decorrente da existência individual,
o nós também se alimenta dos espantos da vida.
Dádiva
no antever do sentimento
expressa-se a voz do coração.
e a harmonia no silêncio do Criador,
atinge-se na atitude que se oferece.
Sentimento(s)
talvez as palavras assumam sentidos que não pretendíamos
e lágrimas vertam do destino pensado.
talvez hajam momentos tristes que fazem as palavras pesadas
e o arquejar do corpo irrompa pleno.
talvez as esferas celestes estejam partidas.
talvez a vontade seja falaz.
talvez.
mas as palavras nunca serão apenas símbolos.
são o veludo,
onde se expressa a Voz do coração!
Calendário
marca-se o tempo da existência
na existência em tempo.
mas o tempo tem uma existência
diferente da existência no tempo.
do Tempo brotam os tempos em vida,
da Existência surgem as existências em Ser.
Tempo?
Existência?
águas no mesmo lago de luz.
e, no fluir do In-finito, tudo é passagem!
≈
talvez seja mais um tempo para a consciência intemporal?
talvez seja aniversário?
Pela Voz do MultiVerso
a ausência de perguntas desvirtua o caminho.
e esmaece, lentamente, o elo com a origem integral.
nada evolui sem aprendizagem, sem as dúvidas intrínsecas às premissas.
só a observação ao contínuo garante a união ao universo em ser.
e seremos! se respeitarmos e compreendermos o que fomos.
mas o que fomos deve ser sentido, pois o que nos é dito não é isento.
até por amor o homem mente.
MultiVerso
volto à origem primordial,
onde o verbo é expressão intemporal.
o coração é o maior universo que conheço!
retorno
deixamos de ouvir o silêncio do cosmos
e as cordas de luz do tempo.
há demasiadas interferências no homem!
In-finito
é nas marés altas,
em azul denso,
que flutuam sois prateados.
nessas vestes,
pintam-se os sonhos e os desejos.
no índigo primordial!
Pela Voz do multiVerso
foi-me dito em sonhos:
sê coerente contigo mesmo e luta pelas coisas que desejas,
sempre dentro da verdade e no respeito pelos outros.
segue esse caminho e o mundo abrir-se-á para ti.
não queiras ser mais, mas melhor!
primeiro interiormente.
depois, pelo possibilitar aos outros.
foi-me dito em sonhos,
pela Voz do multiVerso!