… Nada Ser
Nada sou!
E contudo, sou.
Sou, porque tu és,
porque fazes com que seja.
Vamos dar asas ao desejo.
Explorar o lugar onde o tempo pára
ou atravessar a pálida névoa
no cosmos das águas tranquilas,
onde reside o verbo,
onde o espírito se aquece
e a alma se refresca.
Vamos dar asas ao desejo.
Mergulhar no impulso do inúmero
ou calcorrear as cascatas do céu
no infindo das terras sagradas,
onde tudo é harmonia,
onde se vê o incomensurável
e se sente o improvável.
Sim, vamos dar asas ao desejo!
Deixar que ele nos leve à génese do ser
e ser qualquer nudez na fluidez do nada.
Se nada sou
e mesmo assim sou,
deixa-me Nada permanecer
e contigo apenas Ser.
in Interlúdios da Certeza
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