Archive for Agosto, 2008

XXXVI

no místico superior,
o designo é inexcedível.
as determinações estão aquém.

e assim deve ser até ao amanhecer da consciência.

mas sei-me verbo anterior.
ou coluna do silêncio.
ou pequena lágrima intemporal.

sei-me parte no teu coração.
ou vela do prometido.
ou breve esmeralda em flor.

são os sentimentos do despertar.
os tempos reúnem-se em nós.

não ouves os lagos azuis?
não sentes os lábios de pólen?.

o novo, que é hoje antigo,
é-o assim reconhecido.

já fomos amados antes.
já fomos pensados na origem

Preciso de ti!


XXIX

frágeis lábios.
afagos da brisa.
relvas laranjas do Sol.

desenho amor,
em letras de fogo,
com os dedos azuis
                                   do destino.

e nos pomares,
resplendecem as maçãs esmeraldas
                                                             do desejo.


Não Existem Coordenadas

não existem coordenadas.
só miosótis em cristal vermelho.

expandem-se os sussurros místicos do Antigo,
chamamento sem substantivo,
que sentimos interior
no reconhecimento do profundo.

colunas em anil flamejante brotam das marés
e em todas as cavernas do Céu sorriem quarks azuis.

simples pronunciares dispensam representação.
há sentires que o são.

insisto. não existem coordenadas.
só o pleno do coração.

onde somos … LUZ antes da luz.


Somos Poesia

outrora foi contemplado
o momento para o qual fomos criados.

exultando,
correntes cósmicas reúnem-se
para o semear de cometas dourados.

tempos conjugam-se na nossa linha de amor
e o azul amplia o horizonte,
onde safiras transparentes compõem as lágrimas das estrelas.

as constantes partiram em paz
e todos os corpos celestes rejubilam em silêncio.

na pirâmide mística da evolução
o altar, decorado com pérolas flamejantes,
aguarda o consagrar dos votos.

Beijo em teu coração.
A noite virá mais serena.

Beijo em teu imenso ser.
O sol trará outro dia.

somos poesia dos deuses.
fazemos o verbo da Luz.

jamais seremos sós!


Fénix

 

desculpai-me Senhora,
não guardo percepção do tempo.
nem do sinal da procura.
só acarinhei a distinção do caminho.

mas via – Vos!
nas manhãs que despontavam em Estrelas,
nas sedas que entrelaçavam o Silêncio,
nos suspiros libertados em Pulsares.

no sentir do Triângulo do Um,
recusei constantes manipulações.
fui Paladino do amor,
livre escolha de Luz.

*** *** *** *** ***

o que passou, já se foi.
e deixei de existir no tempo.

apenas para me recriar,

em todo o nosso Azul!