Cartas frente ao Mar (XIII)
Minha Querida,
Talvez tenha razão quando diz que a distância nos protege. Talvez?
Dois oceanos persistem entre nós!
Duas vastidões de vida e tempo que perfazem o revestimento da distância. No entanto, é a distância que sustenta o meu desejo.
Eis porque a sua presença na minha existência e a sua lembrança no meu coração são primordiais. Por elas chegam até mim as aragens quentes do seu corpo em universo.
E a consciência da entrega plena emerge revigorada.
Só falta reunir um plano existencial já que todas as noites fundo-me na sua divindade, alimentando a chama viva do amor.
Não sei o que amanhã trará, mas sei que o nosso Ser está inscrito no tempo.
Um dia essa distância irá desaparecer. Afinal, todo o oceano se cruza, todas as águas são correntes a percorrer.
Estenda os braços e juntos faremos a ponte!
Contemplo o som laranja do entardecer que se funde no azul denso do horizonte.
Todo esse momento é um suspiro, uma passagem para o sonho, para o reencontro dos corpos.
Quero-a como essência integral. Como divindade e mulher!
Por isso, navegarei as ondas tempo sem as provocar, embalado no ritmo da paixão.
O importante é senti-la aí. Assim, será aqui. Em mim!
Um beijo terno, doce alma
V.
Muito bonita, a sua carta! É comovente ver como supera a distância…
Outubro 24, 2009 às 22:29
Distinto, sóbrio na hipérbole e bonito.
Agosto 4, 2010 às 18:03